quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Deuses Esquecidos em Livre!

Segunda-feira tiramos o dia para escalar algo mais pesadinho, após a realização da Mulambada (evento para iniciantes que realizamos em Brejo) no final de semana.


Fui com o Miguelito fazer a Deuses Esquecidos (5º VIIIb/A1 A2 E2 220m), na Serra do Ponto, com a intenção de tentar encadenar as duas últimas enfiadas da via, que já tinham sido livradas, porém sem cadena (a penúltima eu tinha feito de top e a última com quedas), quando entrei com Otto da vez passada.

Começamos a caminhada às 4h40, e às 6h estávamos na base da via.

Início da trilha

Miguel tocou a primeira enfiada, onde já rola um crux de 7c ou A1, ele passou "meio-a-meio" e terminou a primeira enfiada sob leve garoa. Guiei a segunda passando por uma rampinha suja no fator 2, depois por um diedrinho que olhando parece fácil, mas é bem estranho, terminando numa aderência meio musguenta. Terminamos assim a parte fácil e rápida da via, andamos no platô de mato até o início da próxima enfiada e havia uma nova plantação de urtigas, que Miguel gentilmente removeu pela raiz. Miguel começou guiando, passando pelo artificial fixo, alguns parafusos, entrando no diedro em móvel, chegando em umas colocações melhores desceu e me passou a ponta da corda, de cara coloquei a próxima peça, parecia boa, dei uns pulinhos no estribo e ela nem se mexeu, quando coloco o peso tomo uma vaca, a fenda é escorregadia por causa da sujeira/merda de morcego...voltei, passei um lance que eu não lembrava ser tão chato, meio saindo dos cliffs e dominando um platôzinho meio em livre, pra continuar mais uma sequencia em móvel e chegar nos grampos do final da enfiada, já em livre. Demoramos muito nesse trecho, chegando no fim da enfiada ao meio dia, com o sol rachando, e assim seria até o final!

 Platô da P3

Miguel no início do Artificial (4ª Enfiada)

Restavam agora duas enfiadas, a primeira delas é curtinha, cerca de 15m, conquistada originalmente em artificial, protegida em móvel com um grampo perto do fim . Entrei em livre carregado de peças, mas acabei usando três friends e uma costura no grampo, felizmente a cadena saiu, mas já tava batendo o cansaço...

 Miguel jumareando a 5ª enfiada

Platô antes da última enfiada

Ainda tinha a última enfiada, que da outra vez eu tinha feito com algumas quedas, mas fazendo todos os movimentos, eu achei que seria difícil, mas que dava pra fazer, porém antes de entrar eu estava totalmente tranquilo quanto à possibilidade de não conseguir encadenar, não seria um problema, chegar no cume e achar uma sombra já seria perfeito. Conquistamos essa enfiada quase toda em artificial com cliffs de agarras, de buraco e grampos, muitos grampos, são 18 costuras, sem contar as das paradas, ao longo dos 40 m verticais.

Comecei e já passei aperto no início, vertical com micro agarras, cristaizinhos de pegadas estranhas, e cada vez piores, ainda não sei como, mas em uma fração de segundos achei um pé salvador quando estava preste a cair, e consegui recuperar e tocar mais alguns lances delicados até um trecho positivo no meio da enfiada, onde dava pra descansar um pouco, saindo do positivo quando a sapata começava a fritar, começa a tortura, trecho técnico com um lance mais chato que o outro, e quando você pensa que acabou, tem um pior acima. Primeiro tem um lance onde você sai de um pé bom, e tem que abraçar uma laca, chapar os pés no nada e fazer uns lances de oposição, o grampo tá no pé e a queda é bem na rampinha abaixo, antes de entrar nesse lance, fiquei uns 10 minutos tentando entrar sem sucesso, até que tive a brilhante ideia de laçar o grampo, felizmente eu tinha uma fita de 120 de nylon, e o grampo estava providencialmente com o olhal alguns milímetros distante da pedra, lacei e passei o lance, quase não consegui parar pra costurar o grampo com uma costura de verdade, por falta de posição, costurei quando ele já tava abaixo da minha cintura, e nada de lugar pra descansar, as agarras de mão melhoraram, mas eram todas laterais, uma merda pros pés, aí vem um lance exótico, duas canaletas, uma ao lado da outra, com uma coluna abaolada no meio, as pernas vão em tesoura e o corpo em oposição pra esquerda até passar pelo lance meio negativo. Mas acha que no vertical vai aliviar? Ainda tem mais dois lances tesourando pra chegar em uma linha de regletes pra mão, são ótimos e salvadores, mas o problema é dominá-los pra ficar em pé neles, e quando você fica em pé neles, suas mãos estão no cume, mas o cume é abaolado, então tem que pagar uma viradinha de boulder, pra concluir as 7 vezes que tive certeza que eu ia cair e não caí!

Cheguei na parada, meio sem acreditar que eu não tinha caído, fixei a corda e o Miguel veio jumareando enquanto eu recuperava o fôlego e esperava em uma sombrinha.

Acho que apesar de não ter lances isoladamente mais difíceis que 8a, a última enfiada vale um 8b pelo conjunto da obra, ou seja, as intermináveis sequências de lances "derrubáveis" após o crux. Aguardamos confirmações!!

Chegamos no cume às 14h30, caminhamos até o Sítio Amaro, de onde fomos resgatados de moto pelo Silas e pelo Zé do Ovo, no caminho pro abrigo tomamos uma chuva boa pra esfriar a cabeça!

Graduação Atualizada!

Luciano W. e eu conquistamos essa via em 2011, em um total de 05 dias de trabalho, repeti ela com o Otto em 2012 e no mesmo ano, durante o Festival de Escalada Tradicional, Mário e Minhoka fizeram a primeira repetição sem conquistadores. Esta foi a terceira repetição da via, que está em plenas condições para receber novos escaladores, em livre ou em artificial! Valeu a parceria de todos!!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Festival de Escalada de Itatim/BA

Como Itatim é incrível!!

No final de semana dos dias 20 e 21 de Setembro rolou o 1° Festival de Escalada de Itatim, organizado pelo Clube de Escalada Paraguaçu, e fui matar a saudade desse lugar fantástico!

Cheguei sexta-feira cedo no aeroporto de Salvador onde encontrei Juan e Dani, organizadores do festival, e os mineiros Felipe Belisário e Marcella Romanelli que completaram o bonde! Seguimos pra Itatim, onde encontramos o Raphael Donato que completou o time, ainda fizemos os últimos ajustes pro festival e fomos escalar!

Foto: Marcella Romanelli

Já tinha gente espalhada pelos setores e nós fomos pra Fonte, entrei na Aquários (6sup) e na Leão (7b), destaque pra essa última que vai aumentando de dificuldade progressivamente, sendo o final feito em regletes contados pro sucesso! 

No sábado o setor foi o Talhado, onde as vias que eu tinha entrado antes cresceram e onde não tinha nenhuma via agora tem!
Entrei na Granito Fashion, um 7b de 25m lindo! Depois experimentei a nova via do Juan e do Raphael, Retorno do Titan (8a) que saiu à vista, foi bem legal. E pra fechar a estadia no talhado entrei de flash na Faixa de Gaza, um 8c/9a novo que eles abriram por lá, a via tem quase 30m, o crux é no início, depois ela segue mais amena e no final fica mais negativinha com um lance mais chato, e adivinha onde eu caí...na última agarra, isso mesmo, na última! hahahaha Mesmo sem a cadena fiquei muito feliz com essa escalada, nem dei chilique quando caí! Depois volto pra "tocar a sirene".
Nesse setor todas as vias são incríveis, levemente negativas, compridas, alguns regletes, muitos batentes e agarras boas, abrasividade na medida e movimentação boa.

No mesmo dia de tarde fomos pro Enxadão, onde entrei na Martírio, um bonito diedro de 6sup em móvel. Calangorex (7a) eu fiz uma força boa e na Pata Choca (7b) os betas ajudaram muito, todas as duas curtinhas e regletera!

Visual do Jararaca - Foto: Marcella Romanelli

Domingo o destino não poderia ser diferente e o saldo não poderia ter sido melhor! Jararaca. Sem comentários, veja as fotos!
Da última vez que fui lá dei duas entradas na Esmirilator (9a), isolei mas me pareceu distante ainda. Dessa vez entrei de novo nela, primeiro equipando e parando de grampo em grampo tentando memorizar bem as passadas com os betas complexos, que incluem por exemplo um lance meio de cabeça pra baixo, entalando o pé acima da cebaça, enfim...desci, descansei mais de 1h e entrei de novo, sem muito compromisso, passei a primeira parte, onde tem o crux mais duro (isoladamente falando) e cheguei no descanso sem as mãos, fiquei ali bastante tempo até zerar os braços, criei coragem e entrei na segunda parte, onde os tinha por exemplo esse mov estranho que ainda não tava decoradinho, fui indo, cheguei nessa passada sentindo bem, fiz o lance um pouco diferente ainda, e cheguei na agarra de descanso antes da última sequência, entrei e senti o braço tijolando, peguei na agarra de costurar a penúltima e não senti firmesa pra costurar, adiantei logo pra próxima agarra, e mais uma, já melhorsinha...costura a parada e pow! Saiu!! Desci e encerrei as atividades feliz da vida!


Esmirilator (9a) - Fotos: Antônio Paulo

Valeu demais os parceiros da trip!! Muito bom!! Juan e Dani como sempre dando aquela força!! Até a próxima!!
As fotos eu roubei no facebook...

Foto oficial dos participantes, foram cerca de 100 inscritos! Parabéns galera!!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Guia de Escalada de Brejo da Madre de Deus - Download

Faz duas semanas que publiquei a atualização do GUIA DE ESCALADA DE BREJO DA MADRE DE DEUS, uma compilação que venho atualizando desde o início do aumento do número de vias na região, hoje totalizando 169 vias.



O guia é disponibilizado para download gratuito, basta clicar aqui.

O download pode ser feito também na página "Escalada em Pernambuco" neste mesmo blog.

Pra mais detalhes sobre a escalada em Brejo e em Pernambuco no geral, incluindo atualizações do guia acesse: http://escaladape.blogspot.com

E apareçam pra escalar em Brejo!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Escalada no Banguelo/PB

Em algum dia de agosto, após algumas tentativas sem sucesso de ir pro Banguelo, consegui encaixar os horários com os parceiros paraibanos Wolgrand e Stenio, que me apresentaram a escalada incrível do local!

As pedras ficam próximas à cidade de Cajá, a uns 80km de João Pessoa, pela BR-230 em direção à Campina Grande. São três setores com vias de escalada abertas, dos quais conheci dois: Fendas e Esportivas, faltou o setor da via "Seleção Natural", a primeira e mais longa via do local, com 120m.

Setor das Fendas, lá na direita.

Chegamos e fomos logo pro setor das Fendas, caminhadinha curta mas bem ingrime, Pedra de ótima qualidade e lindas vias! Primeiro entrei na "Lembrança dos Bons Espíritos", conquista do Wolgrand e da Mariana Candeia. A via tem uns 40m de fendas e diedros totalmente em móvel e com o final em uma árvore, nem preciso falar que é incrível né!!!!


Lembrança dos Bons Espíritos

Depois o Wolgrand mostrou uma linha com uma fenda fina/média que seguia aparentemente por uma parede mais negativa e finalizava em uma fenda larga no vertical. Ele botou pilha pra eu entrar e eu fui conferir! Início puxadinho, escalada engenhosa, sem muitas posições confortáveis pra colocar as peças, mas vamos indo, ao final da primeira parte, quando a parede faz um negativinho a fenda some, bati uma chapa e por hora deixamos por ali, apesar de ser possível seguir pra cima, aparentemente só com chapas até acessar a outra fenda. Wolgrand talvez continue quando voltar lá, ou eu, mas por enquanto, "Deixe Estar" VIIa. 01 jogo de camalots (incluir micros). Termina na chapa com malha-rápida.


Deixe Estar 

Ainda sobrava mais uma fenda pra subir: a Jiboia (VI) começa segurando nuns blocos entalados, faz o crux meio pela fenda, meio por fora e depois segue pela bonita fenda que vai ficando cada vez mais fácil até o final. Depois ainda entrei na "Dor de ouvido", uma via fixa que tem ao lado, boas agarras passando por um tetinho bem legal pra finalizar a escalada nesse setor.

Jibóia

Seguimos pro setor das esportivas, onde tem duas vias de 7a, talvez b, fixas. A primeira não tem nome, começa com dois friends nos buracos e segue protegida por chapas numas lacas bem delicadas, num negativo leve, depois vai ficando positiva e mais tranquila a escalada. A via estava terminando em uma chapa com malha-rápida num platô antes do cume, segundo Wolgrand, chegando lá olhei pra cima e vi mais uma chapa distante, fui lá...quando cheguei a chapa tava à "meia rosca", e não dava pra apertar com a mão, dei uma insistida no lance, mas era meio estranho, com umas lacas toscas, apesar de parecer ser a virada pro cume já, desci dali mesmo, em uma delicada operação...kkkk
Ficamos na dúvida se a via tinha ou não final, provavelmente sim, quem for, leve uma chave p/ apertar a porca.

Setor das Esportivas

Pre fechar o dia, uma escalada dura e bem bonita na via ao lado, a Carcará, aberta pelo Dago. Nessa hora só quem tava escalando que não cochilava, acordamos às 3h pra não pegar o calor brutal que rola por lá, deu certo, mas o sono pegou no fim do dia.

Os artistas!

As fotos foram tiradas pelo Igor, broder que também foi conosco.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Melhor que a Encomenda - Algodão de Jandaíra/PB

Faz três fins de semana que saiu uma cadeninha massa pra mim em Algodão!

Se trata da via Melhor que a Encomenda, que equipei ano passado, antes do EENe que teve por lá. A via fica na Pedra da Cabeça, e quando abri, imaginei que tivesse um lance que ia ficar muito difícil. Mas felizmente quando provei vi que ficou na medida, "melhor que a encomenda".

Na ocasião entrei apenas uma vez pra tirar os movimentos, consegui isolar mas não tinha mais gás pra entrar de novo.
Depois veio uma lesão no dedo da mão direita, que é usada no menor reglete do crux da via, ou seja, mais uns meses sem entrar nela.
Depois saiu a primeira ascensão, pelo Eduardo Geovane (Sorriso) Daniel?! Putz , fiquei empolgado e assim que o dedo ficou melhor voltei lá pra dar uns pegas.
Entrei de novo e caí no crux, descansei e entrei novamente, e a mão escapou, e ganhei uma bolha de sangue no dedo. Voltei pra casa e esperei mais um pouco...


Primeira parte da via

Outro fim de semana, mais um pega, mais um escorregão, dessa vez já no final do crux! Tava bastante calor e o magnésio não rendia muito, aquelas desculpas de sempre...Mas no segundo pega do dia saiu a cadena!

Acho que realmente é a via mais difícil de Algodão até agora, pouca coisa a mais do que a Turtle Roof (9a), que por ter um estilo diferente, me custou quase tanto quanto a "melhor que a encomenda".

Aqui vai o vídeo original q Eveline filmou, sem adição, só pra registro:



.

De quebra vai mais um vídeo de outra via lá na Pedra da Cabeça, não sei o nome da via, ela fica no início do setor e é mista, deve ser algo como VIsup:


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Chaminé 500ml - Sítio Novo/RN

Ouvi falar que o Júlio Francês e o Denn tinham aberto mais uma via em Sítio Novo/RN, por uma chaminé bem chamativa, desde então fiquei na pilha de ir repetir a via, só acabou dando certo quando o Luciano tava por aqui, fechamos a parceria e fomos conferir a Chaminé 500ml (6° VIsup E2) 150m!!

Pegamos os betas e tocamos pra lá Luciano, Hamilton e eu. Pra chegar na base da via basta seguir a trilha marcada pra via "Cavalo de Tróia" e quando chegar na pedra, ir caminhando pra esquerda numa trilha menos aberta, quando chegar no grotão sobe beirando a pedra do jeito que der que o único destino será a chaminé!

Serra de São Pedro, linha da chaminé indicada na foto. 

Apesar do nome, a via não é toda em chaminé, o que é bem interessante, pois a torna mais completa e divertida! A primeira enfiada, a mais difícil, possui as paredes muito afastadas, então não dá pra chaminezar. Dá pra dividir essa enfiada em três lances: trepa blocos fácil no começo, depois a sequência crux, entalamento de mão e de pé e umas agarrinhas raras pra mão direita, bem vertical até chegar num platôsinho, depois mais um diedrinho lindo, nervoso de fazer molhado..hehehe entala as duas mãos e vai chapando o pé...arrastando pra cima até chegar no platô, meio apertado e pequeno, onde se monta a P1 em móvel, usando peças grandes. As opções de proteção na primeira enfiada são muito boas, mas não é trivial parar pra proteger, luvinha de esparadrapo dá o grip!

Último lance da primeira enfiada - Foto: Hamilton

A segunda enfiada é realmente uma chaminé, protegida com chapeletas, começa mais apertada e vai aliviando pra cima a medida que as chapas vão se distanciando. A P2 é no platô e dá pra usar nuts pequenos e friends médios.

Segunda enfiada - Foto: Hamilton

Cauí na P3 e Luciano na segunda enfiada - Foto: Hamilton

Depois vem a terceira enfiada, uma fenda "meio larga demais", dá pra gastar o tecnic de offwidth e umas peças grandes, se tiver babadinha então fica uma beleza! No fim dessa enfiada o escalador nasce (sai do buraco) e para na P3, fixa. Daí pra cima é só lazer!! Uma enfiada positiva, com uns cristais, uma pecinha móvel e o resto tudo chapa, direto pro cume, onde procura alguma coisa pra se amarrar e puxar o broder! Acho que a sequência das enfiadas fica em torno de 6sup/6/6/5.

A via é incrível, bonita e exigente, boa de proteger e bem completa, vale a pena sacrificar uma camiseta pra repetir essa!!

Cume!! - Foto: Hamilton

Dá pra rapelar a via toda com 01 corda de 70m abandonando fitas nas chapeletas, mas o melhor mesmo é chegar no cume e descer pela trilha, à esquerda, saindo já no estacionamento.

Enquanto se está dentro da "chaminé", é sombra, sol mesmo só na última enfiada. O Hamilton fez a primeira enfiada com agente e desceu, depois subiu pela trilha com água e comida! Ótima providência!

Mais informações, croqui e o relato da conquista AQUI. Não tínhamos o camalot #4 repetido, levamos um equivalente ao #6 e funcionou bem.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Pedra do Elefante - Taquaril/RJ

Já fazia um bom tempo que eu tava devendo um visita no abrigo do Ralf, na base da Pedra do Elefante, Taquaril, Petrópolis/RJ. Conseguimos umas passagens e convenci alguns malucos a rumar pra lá, mesmo com a previsão de chuva pro fim de semana em questão.

Eveline e eu chegamos no Rio na sexta-feira, fomos pra rodoviária, onde encontramos Luciano, Leo e Suzana, fechado o comboio seguimos pra Petrópolis e depois pra Taquaril, onde fica a Pedra do Elefante. 

Como chegamos já no fim de tarde, a escalada ficou pro dia seguinte, com o reforço da Júlia fechamos três duplas e fomos pras vias da esquerda da pedra, com quase 500 m e dificuldade moderada. Enquanto a galera entrou na Dona Jararaca (5° V E3) entrei com Eveline na "Dumbo na Festa do Céu" (5° VIIc E3 D3 500m). Fui na ponta do início ao fim, e só paramos duas vezes pra recuperar as costuras e pra fazer a última enfiada, o crux, que pra apimentar o dia, estava molhado. A via começa fácil e vai gradativamente dificultando, até que chega enfiada do VIIc (ou VIIb, se fizer um lance em A0), comecei e tomei logo uma vaquinha pra costurar o grampo do crux, depois dei uma roubadinha, clipei a corda no grampo e consegui isolar o lance, chegando num trecho ensopado, onde tive que atravessar pra esquerda pra alcançar uma linha de agarras boas e secas, de onde continuei até alcançar o oooutro grampo. Daí pra cima foi só escalar, até o último lance, pra virar pro cume, que me custou alguns minutos pensando, até que consegui virar! Cume! Ou melhor, fim da via!
Su e Júlia vinham da Dona Jararaca e fomos caminhando pro cume, uma caminhadinha considerável, assinamos o secreto livro secreto de cume secreto e começamos a descer até o final da Dumbo, pra começar o rapel. Descemos demais e quando olhamos pra trás e conseguimos ver a parede, a via estava lááá em cima...subimos de novo andando até o fim da via e começamos o rapel.

 Eveline lá pela 9ª enfiada da Dumbo
Dumbo na Festa do Céu - Última Enfiada

No domingo fomos cedinho na Meleca de Elefante (IIIsup E3 90m) onde fui só participando, com Eveline ponteando a via toda =)

Eveline na Meleca de Elefante

Depois ficamos no setor da Grutinha, onde entrei em vias incríveis! Primeiro foi a Quebra Cabeças (VIIb) até a P2. Essa via começa em uma laca completamente solta e depois segue por uma sequencia bem bonita de veios de cristais, passando por um diedrinho e lances bem delicados.

 Eveline na Quebra Cabeça

Segunda enfiada da Quebra Cabeça

Outra clássica que entrei com o Luciano foi a Urutu (VIIb), um lindo veio de cristal contínuo de 30m, com lances bem interessantes, pinças e agarras laterais.



 
Sequência da Urutu

Pra fechar, uma entradinha na Escoliose (VIIa), esportiva técnica bem bonita, também passando por veios, soldas, chorreiras, seja lá como queira chamar!!

 Xerife Ralf na frente, ao fundo Luan e Rudy na Escoliose

Rudy na Capitão Asa

Na segunda iríamos escalar a Xodó da Vovó cedinho e correr de volta pro Rio pra pegar o avião, mas amanheceu chovendo e ganhamos mais uns minutinhos de sono, voltamos pro Rio e ainda deu tempo de ir correndo (correndo mesmo) na Pedra do Urubu, Eveline não conhecia e saiu com a cadena da Urubu capenga (VIIa) e vontade de escalar mais por lá!

Eveline na Urubu Capenga

Pouquíssimo tempo, ótima companhia, ótimas escaladas, ótimas vias e mais um compromisso na agenda: Saracura! 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Igatú - 13° EENe

Aconteceu esse ano, excepcionalmente no feriado da semana santa (normalmente é no fim do ano) o 13° Encontro de Escaladores do Nordeste, evento já famoso no Brasil e que a cada ano reúne cerca de 200 escaladores em algum pico do NE. Esse ano o local foi Igatú, Chapada Diamantina, Bahia.

Separamos cinco dias pra escalar na região e rever o pessoal. Começamos por Itatim, onde chegamos na tarde da quarta-feira pra uma rápida estadia. Já tinha uma galera escalando por lá, gente do Paraná ao Ceará. 

Primeiro, uma estradinha cheia de caminhões...

Escalamos no Morro da Fonte algumas das vias esportivas abertas recentemente.

Miguel num VI tecnic

No dia seguinte acordamos às 4h e fomos pro Morro da Toca, onde escalamos a Via Expressa pra levar meu amoR pro cume! 

 Eveline no finalzinho da Via Expressa (III)

Nós!

Wolgrand e Hugo completaram o time da escalada matinal antes de partir pra Igatú!

Cauí, Hugo, Wolgrand e Eveline

Galera no pré-EENe em Itatim

Seguimos viagem pra Igatú ainda no mesmo dia... 

 Pedra no caminho

 Almoço "bão" em Andaraí

Falta pouco!

...e fomos pro Labirinto, setor mais próximo da vila, onde quitei uma dívida que tinha feito na primeira vez que fui à Igatú, lá por 2010: Bem Vindo ao Labirinto, um 8a de diedro estranho que ainda me fez quebrar a cabeça pra mandar no segundo pega do dia.

Bem Vindo ao Labirinto (8a)

No outro dia fomos pro Califórnia, um setor ao lado de uma cachoeira bem legal, a 40 min de Igatú. Rala Pança (7a), Tem mas não tá tendo (7b) e São Longuinho (7a) foram as vias do dia, com destaque pra última, que fica no setor de baixo, muito bonita a via!!

Tem mas não tá tendo (7b)

Nesse dia ainda rolou uma escaladinha nuns boulders irados com o Juan e o LP, tentei um arranca ombro lá sem sucesso mas saiu o flash do Supremo (V5) com as últimas energias do dia.

Boulder

No sábado entrei cedo na Morada da Jibóia (7b) no labirinto, bonita via. De lá fomos pro setor do Degredo, um setor incrível aberto recentemente com vias cinco estrelas num conglomerado lindo!! Foi um dos dias que mais renderam, Eveline e eu chegamos lá e só o Otto e a Lu estavam no local, entrei na Mimada (7a) e quando ia entrar na Tromba D'água (8a) chegou uma galera e deu início o "desafio das vias", quem tivesse mais cadenas no setor levava uma mochila Deuter pra casa. Eu ia dar um pega na via e ir embora, mas a cadena saiu de flash com os betas do Otto e eu me empolguei pra entrar nas outras, que eram mais fáceis.
Acabei quebrando a cara na Ressacalada (7c), um tetinho de difícil leitura, que me gastou muita energia e só saiu de segunda. Depois fiz as vias mais fáceis, uma mais massa que a outra e terminei já "sugado" na HT (7b) que saiu com os betas do Otto novamente (cabra bom de dar beta viu!!).
Fiquei feliz por ter levado a mochila, mas mais ainda por ver q não estou tão enferrujado depois de uma sequencia de dedos fodidos...hehehe

Ressacalada (7c) - Foto: John Nascimento

Povo legal só na tapioca

O domingo, último dia de escalada pra nós, começou no Verruga, onde rolou um volumão de VI e VII's. Depois continuamos no labirinto com mais algumas vias iradas pra fechar o feriado! Segunda feira, mais de 100 km de estrada e a vontade de voltar pra Igatú aumentando!!

 Eveline na Você que Sabe (VIsup) - Foto: John Nascimento

 Vá Nessa (VI) - Foto: John Nascimento

Hugo, Cauí, Eveline, Mirthis e Miguel

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